(...) Anoiteci
pensando na perversidade do amor. Ele é extremamente ingrato para quem pensa
nele de forma intensa ou contínua. Quase nunca retribui e nem se incomoda com
sentimentos alheios, pois reciprocidade ele nem sabe o que é. Por isso talvez
não responda os contatos de quem o procura. Provavelmente ele seja insensível
aos momentos de sofrimento ou reclusão, pois nem se importa com a solidão,
ainda que momentânea. E sempre, sempre mesmo, vai achar que tem razão. O amor é
mesmo assim. Meio besta, meio sempre se achando, meio comandando ou meio sempre
querendo estar no comando, mas, sempre pedindo quando quer ou impedindo quando
lhe convém. Como levá-lo a sério? Mas tudo isso é bom para se refletir,
adormecer e talvez amanhecer com alguma lucidez. E com ela tentar saber como
lidar com a imprevisibilidade e a inconstância do amor. Vai entender (...)
© Marcos Gimenes Salun
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