(...) Tudo que
desagrega entristece e decepciona. Sabiamente e com inspiração divina, o Papa
Francisco disse: “não devemos ter medo da bondade nem da ternura”. Parece
óbvio, não é? Só que o Papa não acrescentou que a bondade e a ternura que não
precisamos temer devem ser sempre as puras e sinceras, pois é algo que aos
verdadeiramente bem intencionados parece implícito e soaria redundante o
acréscimo. É uma pena que ainda não aprendemos a temer a bondade interesseira e a
ternura hipócrita. Pregar uma coisa e praticar outra não é lá uma grande
virtude dos que se entendem já tão perfeitos mestres que podem julgar à revelia,
decidir destinos e subestimar inteligências. Bondade e ternura não são
necessariamente virtudes. São, isto sim, apenas consequência do exercício
diário da grande virtude de fazer o bem à humanidade cavando masmorras ao vício
(da hipocrisia, por exemplo) e erguendo templos à virtude (da sincera verdade,
como outro exemplo). Desagregar pela soberba sempre será uma grande decepção e
uma enorme tristeza. (...)
© Marcos Gimenes Salun
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