FATAIS


(...) Acho que era como um avatar, sem caninos cheios de sangue à mostra ou olhos azuis cintilantes e contundentes. Só desejou o que quis, sem resistências nem questionamentos e pronto. Apenas uma insinuação e alguma insistência e... está feito! Conquistar parece ser menos glamouroso que em contos de fada. Quem sabe naqueles vôos incertos a borboleta azul tenha pulverizado algum pó de magia, alguma perversidade. Ou talvez não seja bem assim. As coisas fatais são meio inesperadas e nunca previsíveis quando incorporam o mais velho duende, a mais feia e astuta bruxa, o mais faminto vampiro de toda a alcatéia da escuridão possível. Enfim... Tudo o que nos conquista parece ser coisa do outro mundo e sempre será improvável. Mas é assim mesmo que essas coisas são. E é por isso que são mágicas. (...)
© Marcos Gimenes Salun

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